sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Paraíba tem poucos enfermeiros.

Estado apresenta o quarto menor contingente de profissionais na área; déficit da mão de obra especializada põe em risco segurança dos pacientes.


A Paraíba possui a quarta menor quantidade de profissionais de enfermagem do Nordeste. São 26 mil especialistas dessa área atuando no Estado, segundo o Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (Coren-PB). O número é seis vezes menor ao encontrado na Bahia, que é a localidade nordestina com o maior contingente desse ramo. Para o Ministério da Saúde, o número indicado é de um enfermeiro para cada 10 leitos.
Para o Coren, a Paraíba já sofre com déficit da mão de obra e a presença limitada desses trabalhadores em hospitais pode colocar em risco a segurança dos pacientes.
No ranking dos Estados que possuem a maior quantidade de profissionais de enfermagem estão a Bahia (150 mil), Pernambuco (54.200), Ceará (44 mil) e Maranhão (34.588). A Paraíba só possui mais enfermeiros que o Rio Grande do Norte (22 mil), Piauí (18.862) e Sergipe (14 mil).
Apesar disso, o Coren-PB afirma que o número de profissionais nos 223 municípios paraibanos é insuficiente para atender a população, estimada em 3,7 milhões de habitantes pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além do Estado possuir quantidade reduzida de formados na área, outro fator que prejudica a assistência oferecida aos pacientes é o financeiro. De acordo com o presidente do Coren-PB, Ronaldo Bezerra, cada setor do hospital, a exemplo da Unidade de Terapia Intensiva, Atendimento de Urgência e Emergência e Ala Clínica, precisa ter uma equipe específica, composta por enfermeiros, técnicos e auxiliares em enfermagem.
Os primeiros são graduados e precisam cursar faculdade durante quatro anos. Já os dois seguintes possuem escolaridade de nível técnico, com apenas dois anos de estudos. Por conta disso, as atividades dos técnicos e auxiliares precisam ser supervisionadas pelos enfermeiros.
“Mas nem sempre isso acontece. Os hospitais particulares, na ânsia de reduzirem gastos, contratam menos enfermeiros que deveriam. Como consequência, há casos em que um mesmo profissional é deslocado para atender pacientes de até dez apartamentos diferentes”, afirma.
“Em muitos casos o trabalho é feito por auxiliares e técnicos em enfermagem, sem o acompanhamento de enfermeiro graduado, o que contraria as normas de segurança, adotadas por nosso Conselho. Sem contar que ainda há casos em que os enfermeiros saem da UTI para atender pacientes na ala de Urgência ou Emergência, por exemplo”, completa Ronaldo.
Para o presidente do Coren-PB, a reduzida quantidade de profissionais nos hospitais e o deslocamento das equipes dentro dos hospitais aumenta o risco à saúde dos pacientes. “Ao entrar e sair de muitos apartamentos e atender a muitos pacientes, o enfermeiro pode causar o que chamamos de contaminação cruzada, quando o agente infeccioso de uma pessoa é transmitida para outra”, comentou.
O funcionamento das escolas que oferecem cursos técnicos de enfermagem é supervisionado pelo Conselho Estadual de Educação, entidade vinculada à Secretaria de Estado da Educação (SEE). De acordo com o Conselho, a Paraíba possui, pelo menos, 18 instituições que oferecem esse ensino profissionalizante.
Cinco delas ficam em João Pessoa, outras três em Campina Grande, outras três em Patos e outras três em Cajazeiras.
Pombal, Sousa, Santa Luzia e Picuí possuem uma instituição, cada. Já os cursos superiores de enfermagem são oferecidos em, pelo menos, nove faculdades da Paraíba. Destas, sete são privadas e duas são públicas.

Fonte: JP
António Góis


Nenhum comentário:

Postar um comentário